Doçura

“Ouve-me, povo meu, e eu te admoestarei: ah, Israel, se me ouvisses! Não haverá entre ti Deus alheio, nem te prostrarás ante um Deus estranho. Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egipto: abre bem a tua boca, e ta encherei. Mas o meu povo não quis ouvir a minha voz, e Israel não me quis. Pelo que, eu os entreguei aos desejos dos seus corações, e andaram segundo os seus próprios conselhos. Ah! se o meu povo me tivesse ouvido! se Israel andasse nos meus caminhos! Em breve eu abateria os seus inimigos, e voltaria a minha mão contra os seus adversários. Os que aborrecem ao Senhor ter-se-lhe-iam sujeitado, e o tempo dele seria eterno. E eu o sustentaria com o trigo mais fino, e o saciaria com o mel saído da rocha.” Salmo 81:8-16
“Se tão somente ouvisse”… chorava a mâe quando soube que se filho foi morto porque não aceitou seus conselhos. “Se apenas me ouvisse”… gemia o coração de Deus, ansiando pelo seu povo que salvou do Egito. Deu-lhe vitória sobre os inimigos na terra prometida e Israel ganhou o status de nação. O Salmo evoca a profunda tristeza de Deus diante das suas esperanças frustradas. Apesar disso, ainda esperava que o desvio do povo terminasse em obediência à Lei: “Não terás outros deuses diante de mim.” Quando o povo de Deus desobedece, não é isento das consequências só por ter esse nome. Apesar dos avisos e alertas, Israel abusava dos seus privilégios e rejeitava a voz dos profetas, vivendo em flagrante desobediência a fim de se parecer com os outros povos. Finalmente, para ensinar os israelitas a não mais idolatrar, Deus permitiu que a Babilônia os levasse ao cativeiro por 70 anos. “Meu povo não quis ouvir-me… com o mel da rocha os satisfaria” (v11, 16). Nas fendas das rochas onde as abelhas instalavam colmeias achariam o mel: no lugar mais duro encontrariam doçura. Os anos no exílio criaram no povo um profundo desejo de voltar à sua terra. Milhares retornaram, mas com um aviso: “(Deus) promete paz ao seu povo, aos seus fiéis! Não voltem eles à insensatez!” (Sl 85:8). Sua loucura foi recusar-se a ouvir atentamente a palavra de Deus. Mas depois, já com fome de Deus, sua nova atitude era como o mel saído da pedra dura das lembranças do cativeiro. Como frisa o versículo em Provérbios 27.7, o amargo tornou-se em doçura porque satisfez a fome. Em Lucas 15, quando o filho pródigo voltou faminto a seu lar, tudo que antes repudiara agora lhe era doce. Seu gosto transformou-se pela atitude mudada. Se deixarmos as armaguras da nossa vida nos levarem de volta a Deus, brotará doçura dessa nova vida.

A reconciliação com Deus faz doces com nossa amargura.

Graça e Paz.

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