Nova Chance

“E, no primeiro dia da festa dos pães asmos, chegaram os discípulos junto de Jesus, dizendo: Onde queres que façamos os preparativos para comeres a páscoa? E ele disse: Ide à cidade, a um certo homem, e dizei-lhe: O Mestre diz: O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a páscoa, com os meus discípulos. E os discípulos fizeram como Jesus lhes ordenara, e prepararam a páscoa. E, chegada a tarde, assentou-se à mesa com os doze; E, comendo eles, disse: Em verdade vos digo que um de vós me há-de trair. E eles, entristecendo-se muito, começaram cada um a dizer-lhe: Porventura sou eu, Senhor? E ele, respondendo, disse: O que mete comigo a mão no prato, esse me há-de trair. Em verdade o Filho do homem vai, como acerca dele está escrito, mas ai daquele homem por quem o Filho do homem é traído! Bom seria para esse homem se não houvera nascido. E, respondendo Judas, o que o traía, disse: Porventura sou eu, Rabi? Ele disse: Tu o disseste.” Mateus 26:17-25.

Quando leio o texo acima, lembro que Judas caminhou com Jesus por tanto tempo e, mesmo assim, entregou seu Mestre aos que queriam matá-lo. Também me desafia o fato de Jesus compartilhar com o traidor aquela refeição tão importante. A ceia da amizade e do prenúncio da morte do Salvador assumia, naquele momento, outro tom. Era como dizer: “Há um traídor entre nós – alguém que parece ter os mesmos interesses de todos mas, no fundo, tudo o que faz é visando apenas a si mesmo”. Para Jesus, havia a expectativa de sofrimento e morte pelos pecados da humanidade para proporcionar vida eterna. Será que alguém ficou perplexo com a tranquilidade de Judas em cear junto com todos e logo depois entregar Cristo por um valor irrisório para um ato tão hediondo? Ao cair em si, todavia, Judas não se arrependeu do ato – sentiu remorso, apenas. Em sua insensatez, pareceu-lhe único o caminho do suicídio (Mt 27:3-5). E pensar que Jesus esteve sempre ali, pronto para ouvir, atender, restaurar. Ele perdoou a tantos, restaurou a Pedro, atendeu às dúvidas de Tomé, manifestou-se aos seus amigos-discípulos medrosos e covardes, derramou-lhes o Espírito Santo. Mas a Judas restou a autoexclusão do grupo e da existência, que já não mais lhe cabiam.

Judas é a figura do pseudodiscípulo, do desperdício da grande oportunidade de deixar-se transformar pela proximidade com o Mestre por não ter coragem de se arrepender e mudar. Você já se sentiu como Judas? Tão perto do Mestre e, no entanto, por alguma razão, tão longe? Já andou com Ele e conheceu a paz que Ele traz mas, afastou-se do Mestre e teme não ser mais aceito? Não importa a que distância de Deus você esteja, há sempre a chance de voltar para os braços eternamente acolhedores de Deus. Ele o receberá como o pai do filho perdido (Lc 15:24). Venha correndo!

Graça e Paz.

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