Herdeiros

“Disse-lhe alguém dentre a multidão: Mestre, dize a meu irmão que reparte comigo a herança. Mas ele lhe respondeu: Homem, quem me constituiu a mim juiz ou repartidor entre vós? E disse ao povo: Acautelai-vos e guardai-vos de toda espécie de cobiça; porque a vida do homem não consiste na abundância das coisas que possui. Propôs-lhes então uma parábola, dizendo: O campo de um homem rico produzira com abundância; e ele arrazoava consigo, dizendo: Que farei? Pois não tenho onde recolher os meus frutos. Disse então: Farei isto: derribarei os meus celeiros e edificarei outros maiores, e ali recolherei todos os meus cereais e os meus bens; e direi à minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe, regala-te. Mas Deus lhe disse: Insensato, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus.” Lucas 12.13-21

Não oprimam nem roubem o seu próximo. Não retenham até a manhã do dia seguinte o pagamento de um diarista (Lv 19.13).

Quem serão seus herdeiros? Os credores? Familiares? O Estado? Quem merece o que ficou? Alguns dos destinos para a herança poderiam ser um partido político, entidades beneficentes, um clube ou talvez uma igreja. O texto de hoje mostra a insensatez de ter a riqueza como prioridade, pois não sabemos quando morreremos. Quase tudo o que sobrar pode ter um fim que não agrade ao que deixou a herança.
Por exemplo, um solteiro acumula riquezas, mas depois de sua morte outros desfrutarão dela. Poderia ter aproveitado melhor seus ganhos em tempo de vida. Se não havia compromissos familiares, por que não gastou seu tempo em benefício do bem geral? Há tantos necessitados no mundo que, por diversas razões, não conseguem ajuntar o mínimo para seu próprio bem-estar. Por que acumular para si, se os bens não poderão ser usufruídos?
Os judeus seguiam alguns mandamentos de Deus que, se aplicados hoje, seriam a solução em muitas vidas, sem prejuízo aos que muito possuem. Rute era uma viúva pobre e estrangeira; Boaz era um homem rico, com fartura. O que aconteceu? Leia em Rute 2.1-13 o cumprimento do que estava escrito em Deuteronômio 24.19-22: as sobras da colheita eram destinadas ao órfão, à viúva e ao estrangeiro.
As desigualdades sociais existem há muito tempo. Todavia, devemos cooperar com a justiça social. É do interesse de Deus que isso aconteça e assim mesmo haverá fartura para o que sabe repartir. Muita fortuna existente hoje é fruto de exploração e desonestidade. O versículo em destaque alerta para essa questão.
Precisamos ser administradores fiéis de tudo o que Deus nos confia e então o pobre terá mais e ao rico talvez sobre menos. Se você tem muito, não exagere nas sobras. Alguém que talvez não mereça será o seu herdeiro. Então, para quem será o que você preparou? (v 20c).

“Quem aumenta sua riqueza com juros exorbitantes ajunta para algum outro, que será bondoso com os pobres” (Pv 28.8).

Graça e paz!!!

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