Perigo
“Ora, acabando Davi de falar com Saul, a alma de Jônatas ligou-se com a alma de Davi; e Jônatas o amou como à sua própria alma. 2. E desde aquele dia Saul o reteve, não lhe permitindo voltar para a casa de seu pai. 3. Então Jônatas fez um pacto com Davi, porque o amava como à sua própria vida. 4. E Jônatas se despojou da capa que vestia, e a deu a Davi, como também a sua armadura, e até mesmo a sua espada, o seu arco e o seu cinto. 5. E saía Davi aonde quer que Saul o enviasse, e era sempre bem sucedido; e Saul o pôs sobre a gente de guerra, e isso pareceu bem aos olhos de todo o povo, e até aos olhos dos servos de Saul. 6. Sucedeu porém que, retornando eles, quando Davi voltava de ferir o filisteu, as mulheres de todas as cidades de Israel saíram ao encontro do rei Saul, cantando e dançando alegremente, com tamboris, e com instrumentos de música. 7. E as mulheres, dançando, cantavam umas para as outras, dizendo: Saul feriu os seus milhares, porém Davi os seus dez milhares. 8. Então Saul se indignou muito, pois aquela palavra pareceu mal aos seus olhos, e disse: Dez milhares atribuíram a Davi, e a mim somente milhares; que lhe falta, senão só o reino? 9. Daquele dia em diante, Saul trazia Davi sob suspeita.” I Samuel 18.1-9
…tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé (Hb 12.2).
Nas pequenas coisas que estamos sujeitos aos maiores pecados. Às vezes basta o sucesso do nosso próximo para alimentarmos inveja. Foi o que aconteceu com Caim, que acabou matando seu irmão só porque Deus aceitara a oferta deste e rejeitou a sua (Gn 4). Mesmo nas igrejas pode-se observar isso, mas dificilmente nos enxergaremos como sendo um Caim ou um Saul, de cuja inveja lemos hoje.
Viram que perigo? O amor fraterno produz o contrário. Livra-nos da ganância pelas coisas materiais e leva-nos a beneficiar o próximo. Desperta em nós alegria com o sucesso do próximo, e nem notamos que, com essa atitude, nos tornamos sócios de Deus!
Jônatas, de quem também lemos hoje, tornou-se um símbolo de lealdade humana sem ter essa intenção. Já Saul gastava tempo e energias alimentando sua inveja enquanto Davi se ocupava com as guerras do Senhor. A partir daí, sua vida só foi ladeira abaixo.
Davi também era pecador, mas quando errava, não alimentava o seu pecado. Não permitiu que este o impedisse de servir ao Senhor, mas arrependia -se e tratava de obter o perdão de Deus assim que se dava conta dos males que cometia.
O adágio “faz a fama e deita na cama” tem levado muitos ao fracasso. Davi não se acomodou com o sucesso que teve diante de Saul, mas usou sua posição privilegiada para ser útil para Deus e o próximo. É a receita de vida para o cristão: quando descobre que pela cruz de Cristo ele alcança a paz com Deus, torna-se um servo dinâmico do Senhor.
Ele não trabalha para que Deus o aceite, mas por gratidão porque já foi aceito por Deus – de graça. O perigo que corremos é perder de vista o Senhor de quem tudo recebemos e, em vez disso, passarmos a olhar em torno medindo-nos por aquilo que os outros são e fazem. Com isso perdemos o rumo e também o contato com a fonte de força, paz e alegria, que só encontramos no próprio Deus.
Quer avançar? Olhe para o alvo, não para a paisagem!
Graça e paz!!!